Cientistas americanos
descobriram a verdadeira fonte de força dos grandes músculos do corpo,
colocando em dúvida 50 anos de conhecimento sobre o assunto.
Segundo
uma equipe de pesquisadores da Universidade de Washington, o bíceps volumoso,
por exemplo, obtém sua força a partir de um grupo de células dispostas como em
uma malha e não de um grupo de células agrupadas como se fossem uma corda.
À medida em que os músculos são flexionados, os filamentos são
tensionados também e abrem a trama da "malha" de células.
Isto gera uma força em múltiplas direções, não apenas subindo e descendo
pelo músculo como se acreditava antes.
"Este aspecto da geração de força muscular não foi detectado
durante décadas e agora está se transformando em uma característica fundamental
da nossa compreensão dos aspectos normais e patológicos do músculo",
afirmou Thomas Daniel, um dos cientistas da equipe de pesquisadores americanos.
A descoberta foi publicada na revista especializadaProceedings B.
Coração
Os cientistas descobriram que todos os músculos, incluindo o coração,
parecem alimentar-se desta fonte de força.
De acordo com os cientistas, os fundamentos de como o músculo gera força
continuam os mesmos: filamentos de miosina tiram dos filamentos de actina para
contrair o músculo.
Mas a miosina não puxa em uma direção, como se acreditava anteriormente.
Ao invés disto, a miosina puxa em ângulos, o que confere uma força radial.
A descoberta vai interessar fisiculturistas que tentam aumentar ao
máximo a capacidade muscular. Mas também vai ajudar médicos no tratamento de
problemas cardíacos.
Michael Regnier, outro autor da pesquisa, afirmou que pelo fato de, no
coração, o músculo cercar as câmaras que se enchem de sangue, agora os
cientistas poderão "medir as forças que são geradas em várias direções
durante a contração muscular, permitindo um estudo muito mais preciso e
realista de como se gera a pressão para expulsar o sangue do coração".
"As forças radiais e de grandes eixos que são geradas podem estar
comprometidas de uma forma diferente nas doenças cardíacas e este novo modelo
detalhado ajuda a estudar pela primeira vez este tema, em um nível
molecular", acrescentou.
Fonte: Michelle Roberts
Editora de Saúde da BBC News
Atualizado em 15 de julho, 2013 - 10:58 (Brasília) 13:58 GMT
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